Infraestrutura

Academias ao ar livre de Santa Maria são alvo da precariedade e do mau uso

Pâmela Rubin Matge e Diogo Brondani

Quando se procura por opções de lazer ao ar livre, Santa Maria nem sempre dispõe de conforto e de tranquilidade à população, seja para os pequenos, adultos ou idosos. Parques e áreas verdes são escassos ou reflexo do descaso, do acúmulo de lixo e da insegurança. Muitas pracinhas de brinquedos viraram terrenos vazios e,  há meses, estão sem estruturas ou com as que restam, depredadas.

Santa Maria é uma cidade sem pracinhas. E as raras que resistem são armadilhas perigosas

Geralmente, junto a essas pracinhas e demais praças, ainda resistem as academias ao ar livre. Mesmo com placas com descrições que não recomendam crianças utilizarem, são nesses locais que elas têm encontrado alternativa para se divertirem, o que se afasta do objetivo principal: incentivo à prática da atividade física, sobretudo, aos idosos, e de forma segura e gratuita.

Foto: Gabriel Haesbaert / Newco SM

Porém, nem mesmo aquilo que deveria ser sinônimo de promoção de vida saudável a quem está apto a frequentar cumpre seu papel. Há locais com equipamentos em estado precário. Alguns alvo da depredação e pichação, emperrados ou quebrados, o que além de inviabilizar o a utilização, oferecem riscos de acidentes e lesões aos usuários.

A reportagem do Diário percorreu vários bairros e localizou 17 espaços. Confira aqui 

Na última sexta-feira, o filho do trabalhador autônomo Luís Silva Machado, 35 anos, João Vitor, 10, espera encontrar brinquedo na Praça General Osório, popular Praça do Mallet. Na ausência de brinquedos seguros na pracinha, o jeito foi improvisar um passatempo na academia ao ar livre instalada por ali.

–  O pessoal deveria respeitar mais, principalmente por causa dos idosos que usam. É uma ótima opção de exercícios, mas o guri encontrou os balanços quebrados e acabou usando a academia – justifica Luís.

Em 2011, à época da instalação das academias, no governo do então prefeito Cezar Schirmer, foi anunciado, ainda em janeiro daquele ano, que seriam aquisição de cerca de 30 espaços na cidade e nos distritos. Os equipamentos, voltados seriam voltados à terceira idade e contavam com um investimento de R$ 292,5 mil, proveniente do Ministério do Esporte.

– Moro lá perto do Hipermercado Big e venho aqui no Farrezão porque não há nada por lá. Até que essa está em boas condições, mas acho que a cidade deveria investir em todas as regiões – avalia a professora aposentada Zenir Costa, 68 anos, que frequenta o local três vezes na semana.

Foto: Gabriel Haesbaert / Newco SM

Responsabilidade conjunta das secretarias de Cultura, Esporte e Lazer e de Infraestrutura e Serviços Públicos, a informação, por meio da assessoria de comunicação da prefeitura, é que tem sido feito um levantamento de todos os locais, já que esse controle não existia e não foi transmitido da gestão anterior para a atual. O Executivo acrescentou, porém, que em algumas academias já foram feitas intervenções de melhoria, como a instalada junto ao Centro Desportivo Municipal (CDM), que concentra o maior número de usuários.

O total de academias, o endereço de cada uma e um cronograma para manutenção não foi informado pela prefeitura.

Pracinhas sem brinquedos
A reestruturação e a instalação de novos brinquedos para as pracinhas segue no âmbito dos trâmites legais, a a cidade com espaços vazios e depredados. Por meio da assessoria de comunicação, a prefeitura informou que o processo de compra dos kits de brinquedos foi encaminhado ao Instituto de Planejamento de Santa Maria (Iplan), para análise da documentação exigida pela Caixa Econômica Federal e posterior liberação do recurso. Após a análise, o processo retorna para a Superintendência de Licitações para assinatura do contrato com a empresa vencedora,  Brinqbel Indústria e Comércio de Brinquedos Ltda, de Francisco Beltrão (PR), com licitação homologada já há dois meses.

Também carente de parques, o que a cidade tem, ainda na forma de projetos, é o programa desenvolvido pelo Iplan, chamado Parques para Santa Maria, que prevê a implantação do Sistema de Áreas Verdes na área urbana do município.

A boa notícia, contudo, é que a Câmara da Indústria, Comércio e Serviço de Santa Maria (Cacism) anunciou que, no próximo sábado, deve ser reaberto o Parque da Cacism, no Bairro Nonoai. O local estava fechado desde 2015, porque, segundo a entidade, não era possível  arcar com os custos de manutenção.

Outra possibilidade que pode agradar à população quanto aos espaços públicos ao ar livre tem relação com a utilização da área do Jockey Club Santamariense, desapropriada em 2013 pela prefeitura em troca de dívidas. 

A construção de uma arena do Inter-SM, a volta das carreiras e retomada do parque pelo próprio Jockey Club têm sido levantadas. O espaço também integra o programa Parques para Santa Maria.

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